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Ângela Hofmann

Escritora

Os terreiros de religiões afro-brasileiras e a proteção da infância

Dançando no 1º Forinho de Porto Alegre (Fórum Social Mundial, 2010).
  

Ao longo da constituição histórica do povo brasileiro, os terreiros de religiões afro-brasileiras desenvolveram funções altamente protetivas e nutricionais à infância das populações mais pobres e marginalizadas. 

Como a proteção, a adoção e a alimentação ocorrem coerentemente com as vivências da prática religiosa, a ludicidade expressada na dança, nos cantos e nos rituais é componente básico de todo um cotidiano mitologizado e ritualizado.

Segundo Vanda Machado*, a alegria é uma das características do candomblé. “O atabaque, elemento tomado como motivacional na experiência, é considerado como apoio na relação entre os homens e os orixás.” Ainda segundo ela, “no terreiro, saber os cantos, saber os toques e o dançar constituem-se em motivação para as crianças e jovens que participam da festa do candomblé.” A ritualização, a mitologização, a ludicidade e as aprendizagens preenchidas de significados fazem ter sentido o estar e fazer juntos. 

Machado, estudiosa das invenções pedagógicas nos terreiros de candomblé da Bahia, reforça a necessidade de olharmos a realidade brasileira de frente, ou seja, desvelarmos os ambientes pelos quais a educação se dá a nossas crianças, e esses espaços são também os espaços religiosos. 

Por que pouco se sabe sobre esta história?
Como os livros didáticos e a literatura infanto-juvenil apresentam hoje estes protagonistas?
Como a escola relaciona-se com estes outros espaços educativos?  
Texto publicado originalmente em
HOFMANN, Angela Ariadne. Culturas, corporeidade e ludicidade. 
 In: Universidade Luterana do Brasil ULBRA. (Org.). O Lúdico na Prática Pedagógica. Curitiba: Ibpex (Intersaberes), 2009. 
* Vanda Machado (Obras EDUFBA), “Ilê Axé: Vivências e invenção pedagógica – as crianças do Opô Afonjá”. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2002.

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